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Perguntas frequentes sobre a fibrilhação auricular

Quando falar com o seu médico este documento contém informação que o pode ajudar a orientar a sua conversa

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Encontre aqui a resposta para as dúvidas mais frequentes sobre a fibrilhação auricular.

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Conhecer a fibrilhação auricular (FA)


Detetar e medir a fibrilhação auricular (FA) pode ser bastante difícil. O seu médico poderá usar alguns dos seguintes exames para determinar se tem fibrilhação auricular:

  • Eletrocardiograma (ECG)
  • Teste de esforço
  • Monitor Holter
  • Sistema de monitorização cardíaca implantável

A eletrofisiologia é a especialidade médica que trata as doenças do ritmo cardíaco, como a FA.

Se não for tratada atempadamente, as pessoas com FA são até cinco vezes mais suscetíveis de sofrer um acidente vascular cerebral e têm uma probabilidade maior de desenvolver insuficiência cardíaca. Além disso, devido ao bombeamento ineficaz do coração, a FA pode causar outros problemas do ritmo cardíaco e fadiga crónica.

A medicação é considerada a primeira linha de tratamento para a fibrilhação auricular (FA). A medicação pode funcionar muito bem em várias pessoas; no entanto, há novas tecnologias médicas que têm o potencial de fornecer aos doentes diferentes opções de tratamento quando a medicação não funciona.

A fibrilhação auricular (FA) pode ser uma condição médica grave que deve ser tratada independentemente do nível dos sintomas que tem. Sem tratamento eficaz, a FA pode causar AVCs, insuficiência cardíaca ou outras complicações de saúde. Se a sua FA não melhorar após tomar medicamentos antiarrítmicos, pergunte ao seu médico se o procedimento de ablação por cateter é o próximo passo para si ou não.

  • Medicação para controlar a frequência cardíaca ou o ritmo cardíaco.
  • “Anticoagulantes (terapia de anticoagulação) para evitar a formação de coágulos sanguíneos.
  • Cardioversão (choque elétrico administrado ao coração) quando está sob sedação, ou com medicamentos, para converter um ritmo cardíaco anormal num normal.
  • Ablação por cateter para interromper (eliminar) os caminhos elétricos anormais no tecido cardíaco.
  • Pacemakers e desfibrilhadores (dispositivos cardíacos implantáveis) para detetar e tratar a fibrilhação auricular desde a fase inicial e suprimir os primeiros sintomas da fibrilhação auricular.
  • Ablação cirúrgica minimamente invasiva (apenas na fibrilhação auricular) ou a cirurgia de coração aberto (em combinação com outras cirurgias cardíacas) para criar lesões que bloqueiam os circuitos elétricos anormais que causam a fibrilhação auricular.

Dispositivos implantáveis


Quando nos referimos a um pacemaker, estamos na realidade a referir-nos a um sistema de estimulação que inclui o pacemaker e os elétrodos.

  • Um pacemaker tradicional é um dispositivo pequeno que é implantado sob a pele, normalmente mesmo abaixo da clavícula. O dispositivo administra terapias para tratar batimentos cardíacos irregulares, bloqueados e lentos.
  • Os elétrodos são fios isolados eletricamente, finos e suaves, aproximadamente do tamanho de um fio de esparguete. Os elétrodos transportam o impulso elétrico do pacemaker para o coração e transmitem informações sobre a atividade natural do coração ao pacemaker.

O procedimento para implantar um pacemaker não requer cirurgia de coração aberto e a maioria das pessoas regressa a casa dentro de 24 horas. Antes da cirurgia, poderá ser-lhe dada medicação para que fique num estado de sonolência e se sinta confortável. Normalmente, o procedimento é realizado sob anestesia local.

Quando nos referimos a um cardioversor desfibrilhador implantável, estamos na realidade a referir-nos ao sistema que inclui o desfibrilhador e os elétrodos.

  • Um gerador de impulsos (desfibrilhador) funciona como um pequeno computador e monitoriza continuamente o coração, aplicando automaticamente impulsos elétricos ou choques para corrigir ritmos cardíacos rápidos.
  • Trata-se de um dispositivo pequeno, aproximadamente do tamanho de uma caixa de fósforos pequena, e é, normalmente, implantado logo abaixo da clavícula. Os elétrodos são fios isolados eletricamente, finos e suaves, aproximadamente do tamanho de um fio de esparguete. São implantados no coração através de uma veia e são ligados ao desfibrilhador. Os elétrodos transportam o impulso elétrico do desfibrilhador para o coração e transmitem informações sobre a atividade natural do coração ao desfibrilhador.

Se o seu médico sugeriu que precisa de um CDI, então isso significa que teve ou está em risco de ter ritmos cardíacos anormais (arritmias), conhecidos como taquicardia ventricular ou fibrilhação ventricular. Estes ritmos rápidos potencialmente fatais podem provocar uma paragem cardíaca súbita (PCS), o que pode levar à morte, caso não seja tratada de imediato.

O desfibrilhador implantável foi concebido para monitorizar o ritmo cardíaco 24 horas por dia. Se o seu coração estiver a bater demasiado rápido ou irregularmente, o dispositivo primeiro enviará sinais elétricos para corrigir a frequência cardíaca. Se a frequência cardíaca acelerada continuar, o desfibrilhador aplicará um choque para restabelecer a frequência normal do coração. O desfibrilhador implantável também pode ser usado para tratar ritmos cardíacos lentos enviando impulsos elétricos ao coração para os corrigir. O médico programará o CDI para administrar as terapias mais eficazes para o seu problema cardíaco.

O procedimento de implante do desfibrilhador não requer cirurgia de coração aberto e a maioria das pessoas regressa às suas casas em menos de 24 horas. Antes da cirurgia, poderá ser-lhe dada medicação para que fique num estado de entorpecimento e se sinta confortável. Normalmente, o procedimento é realizado sob anestesia local.

O procedimento de implante inclui os seguintes passos gerais:

  • Será feita uma pequena incisão, com aproximadamente 5 a 10 cm de comprimento, na parte superior do peito, mesmo abaixo da clavícula
  • Um ou dois elétrodos serão guiados através de uma veia até ao coração e os elétrodos serão ligados ao cardioversor desfibrilhador implantável
  • Um CDI de câmara única significa que tem um elétrodo inserido na câmara inferior direita (ventrículo) do coração. Um CDI de câmara dupla significa que tem também um elétrodo inserido na câmara superior direita (aurícula) do coração
  • O gerador de impulsos (desfibrilhador) será inserido sob a pele e a incisão no peito será fechada

Quando nos referimos a um dispositivo de terapia de ressincronização cardíaca (CRT), estamos na realidade a referir-nos ao sistema que inclui o dispositivo de CRT e os elétrodos.

  • Um dispositivo de CRT é um dispositivo implantado sob a pele, normalmente mesmo abaixo da clavícula. O dispositivo fornece terapias para coordenar a ação de bombeamento do coração e trata ritmos cardíacos rápidos, irregulares ou lentos, dependendo do tipo de dispositivo de CRT. Este dispositivo pode também ser designado por dispositivo para insuficiência cardíaca, pacemaker para insuficiência cardíaca, dispositivo biventricular, dispositivo de CRT com três elétrodos, CRT-P (pacemaker) ou CRT-D (desfibrilhador)
  • Os elétrodos são fios isolados eletricamente, finos e suaves, aproximadamente do tamanho de um fio de esparguete. Os elétrodos transportam o impulso elétrico do dispositivo de CRT para o coração e transmitem informações sobre a atividade do coração ao dispositivo de CRT

Pode retomar a maioria ou a totalidade das suas atividades após recuperar do procedimento de implante. Contudo, poderá haver determinadas atividades que o médico lhe irá pedir para evitar, como desportos de grande contacto. Certifique-se de que fala sobre os seus objetivos de atividade e de estilo de vida com o médico para encontrar um plano que funcione melhor para si.

É pouco provável que o cardioversor desfibrilhador implantável (CDI) seja afetado por detetores de metais (arcos de passagem e detetores de metais portáteis) ou digitalizadores por imagem de corpo inteiro (também intitulados de digitalizadores de ondas milimétricas e digitalizadores 3D), tais como os utilizados em aeroportos. Para minimizar o risco de interferência temporária com o CDI durante um processo de rastreio de segurança, não pare ou hesite num arco de passagem; passe simplesmente pelo arco a um ritmo normal. Caso seja utilizado um detetor de metais portátil, peça ao segurança que não o mantenha sobre o desfibrilhador implantável e nem o mova para cima e para baixo junto do CDI. Pode também solicitar uma revista manual, como alternativa. Caso tenha preocupações sobre estes métodos de rastreio de segurança, deve mostrar o respetivo cartão de identificação do dispositivo, solicitar um rastreio alternativo e, de seguida, seguir as instruções do pessoal de segurança.

Embora a maioria dos campos eletromagnéticos no ambiente doméstico raramente possa afetar o funcionamento de um cardioversor desfibrilhador implantável (CDI), recomenda-se que mantenha artigos que contenham ímanes a, pelo menos, 15 centímetros de distância do dispositivo implantável.

Ablação com cateter


  • Aliviar sintomas e melhorar a qualidade de vida. Evitar a formação de coágulos sanguíneos para diminuir o risco de AVC. Verificar a sua frequência cardíaca de modo a fornecer tempo suficiente aos ventrículos (câmaras inferiores do coração) para se encherem por completo de sangue. Restabelecer a frequência cardíaca para permitir que as aurículas (câmaras superiores do coração) e os ventrículos trabalhem em conjunto de forma mais eficaz.

O seu médico poderá recomendar um procedimento de ablação por várias razões:

  • Os doentes com fibrilhação auricular paroxística (FAP) têm melhores resultados quando são tratados com ablação logo na fase inicial da doença 2.
  • A FA é uma doença progressiva 3. Alguns doentes tratados com ablação tiveram uma progressão menor da doença em comparação com os que receberam apenas medicação 4.

2 Bunch TJ, et al. Increasing time between first diagnosis of atrial fibrillation and catheter ablation adversely affects long-term outcomes. Heart Rhythm. 2013; Sep; 10(9):1257-62.
3 de Vos CB, et al. Progression from paroxysmal to persistent atrial fibrillation clinical correlates and prognosis. J Am Coll Cardiol. 2010; Feb 23; 55(8):725-31.
4Jongnarangsin K, et al. Effect of catheter ablation on progression of paroxysmal atrial fibrillation. J Cardiovasc Electrophysiol. 2012; Jan; 23(1):9-14.

  • Aliviar sintomas e melhorar a qualidade de vida.
  • Evitar a formação de coágulos sanguíneos para diminuir o risco de AVC.
  • Verificar a sua frequência cardíaca para fornecer tempo suficiente aos ventrículos (câmaras inferiores do coração) para se encherem por completo de sangue.
  • Restabelecer a frequência cardíaca para permitir que as aurículas (câmaras superiores do coração) e os ventrículos trabalhem em conjunto de forma mais eficaz.

A ablação por criobalão e a ablação por radiofrequência têm-se mostrado tratamentos eficazes para a fibrilhação auricular paroxística (FAP), melhorando os sintomas e a qualidade de vida de muitos doentes6. Normalmente, após o uso de medicamentos antiarrítmicos, quanto mais cedo a FAP for tratada com ablação, maior será o sucesso da terapia. Claro que cada doente tem uma experiência diferente. Por vezes, após o procedimento, continuará a ter uma arritmia e poderá precisar de repetir o procedimento. Também poderá precisar de continuar a tomar medicação. Certifique-se de que fala com o seu médico sobre esta e outras preocupações que possa ter.

6Calkins H, et al. 2017 HRS/EHRA/ECAS/APHRS/ SOLAECE expert consensus statement on catheter and surgical ablation of atrial fibrillation: executive summary. Heart Rhythm. 2017; Oct; 50(1):1-55.

A ablação por criobalão é frequentemente considerada um tratamento seguro e eficaz para a fibrilhação auricular paroxística (FAP) após o uso de medicamentos antiarrítmicos5. É um procedimento minimamente invasivo, o que significa que não há necessidade de abrir o peito ou realizar incisões de grande dimensão. O problema mais comum é a irritação ou hemorragia local na zona da incisão. O risco de complicações mais graves é baixo, mas deve falar com o seu médico para ver se o procedimento é adequado para o seu caso.

5 Packer DL, et al. STOP AF Cryoablation Investigators. Cryoballoon ablation of pulmonary veins for paroxysmal atrial fibrillation: first results of the North American Arctic Front (STOP AF) pivotal trial. J Am Coll Cardiol. 2013; Apr 23; 61(16):1713-23. 13 Calkins H, et al. 2017 HRS/EHRA/

O seu médico poderá solicitar-lhe que faça alguns exames de rotina, como eletrocardiogramas (ECG), radiografias, análises ao sangue e ecocardiograma transesofágico no dia do procedimento, caso não os tenha feito previamente. Na maioria dos casos, será pedido que não coma nem beba nada após a meia-noite antes do procedimento.

O seu médico recomendará que continue ou interrompa quaisquer medicamentos que esteja a tomar. Certifique-se de que informa o seu médico caso ocorram alterações no seu estado de saúde antes do procedimento.

Um eletrofisiologista é um médico do coração especializado em ritmos cardíacos e que realiza procedimentos de ablação por cateter. Receberá fluidos e qualquer medicação necessária através de um tubo intravenoso colocado no seu braço. Poderá receber anestesia ou sedação para o procedimento.

Será aplicada uma anestesia local na zona onde os cateteres de ablação serão inseridos. Na maioria dos casos, será usado o vaso sanguíneo principal na virilha para inserir o cateter (cateterização). Também podem ser usados vasos sanguíneos no braço, peito ou zona do pescoço para a cateterização.

O eletrofisiologista manobrará cuidadosamente o cateter através do vaso sanguíneo até à aurícula esquerda. O cateter na aurícula esquerda é usado para mapear os caminhos elétricos anormais no tecido cardíaco. Quando a zona alvo é localizada, a extremidade distal do cateter fornece energia criogénica ou de radiofrequência para isolar o caminho elétrico anormal que está a causar a fibrilhação auricular.

Após a conclusão do procedimento, os cateteres são removidos e é aplicada pressão no local da inserção do cateter para evitar hemorragias.

Na maioria dos casos, ficará no hospital/clínica durante a noite para monitorização. Poderá sentir o peito dorido ou ter equimoses ou dor no local da inserção. Quando regressar a casa, poderá ser necessário que limite as suas atividades durante alguns dias, mas a maioria das pessoas regressa rapidamente à sua rotina habitual. O seu médico falará consigo sobre as atividades que deve evitar durante a recuperação.

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